isso é baía formosa


eu depois do velejo

  • "viver a poesia é muito mais necessário e importante do que escrevê-la" murilo mendes

sábado, 29 de janeiro de 2011

fôlego

te uso para entender quem eu sou
e sou muito, fora do teu espartilho.
te guardo pra entender o que quero
não quero mais que teus olhos de contas
te olho para descobrir onde estou
não vejo além dos teus cabelos de vidro
te toco pra encontrar o animal em mim
o que de mim foge
eu - a fome, a mordida, lambida,
a vontade de comer.
rememoro a natureza perdida
quando ainda estávamos densas.
inteiras, podíamos respirar
isso não foi ontem, nem amanhã
hoje, quando meu corpo é um bicho
e meu sexo a sorte de um encontro selvagem
aqui, eu imito a vida que não vive
camaleoa, zebra, tigresa, aranha
vem... me arranha...
brilho como um peixe de escamas reluzentes,
lantejoulas baratas,
do fundo do mar eu bordo
a minha presa em suas próprias asas
bordo em minha pele de antílope
pluma de ganso, osso de elefante.
te espero na esquina…
porque me encanta tua boca de cera,
teus peitos de algodão-pólvora
cheiro de pétalas
tua voz emudecida
quanto tempo sem nada a dizer, nada a escutar
só palavras mal/ditas
meu bem, que direi?
meu amor...
tempos de desejo de plástico
é preciso inventar o
silicone-poesia




"for lovers" (the libertines) no ipod

?percebe

ontem
eu nem dormi
buscando entender
o abismo que
existe
entre
o que eu sinto,
o que eu te digo,
o que é feito de nós
e o que vai ser.

question

uma pergunta maltrata tanto assim?
sobreponho ao mundo a linguagem
entre o amor e a loucura está a obsessão.
onde acaba um e começa o outro?
quando o amor nos asfixia
e não nos permite respirar,
quando pensamos cegos,
quando olhamos vidrados,
quando vivemos só lembrando,
quando esquecemos de viver.
quando nos perdemos na caminhada,
quando nada mais importa...
quando só você importa.
eu importo-me.


escutando "smells like teen spirit" nirvana!!